quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O desespero do rato


Já me aventurei por muitos empreendimentos na busca de uma renda extra. Na maioria delas, não tive uma experiência muito satisfatória.
Porque uma coisa é buscar fazer algo que te dê prazer, tal como um hobby para ocupar o tempo ocioso. Outra é buscar uma segunda atividade que te dê retorno financeiro que valha a pena vender o escasso tempo de descanso.
Neste desespero, eu fiz trading futebolístico, uma atividade duvidosamente rentável em que a maioria só faz perder. O problema do trading não é perder e sim ganhar. Sim, pois quando ganha, o camarada se sente confiante para colocar mais dinheiro em jogo e aí meu caro, leva fumo. O psicológico do sujeito fica abaladíssimo e quando ele percebe, suas banca se esvaiu praticamente em um dia. 
É uma atividade  no qual quem estuda mais, se dedica mais, tem maior controle emocional e tem melhores estratégias, ganha. Me aventurei por menos de 15 dias e 
depois de 10 dias invicto, perdi praticamente tudo no 11° dia.

A outra aventura foi num destes empreendimentos de marketing multinível. Esta foi hard, merecia um filme. 
A empresa em questão, prometia bater de frente com a Netflix (olha a audácia destes caras) no segmento de filmes on demand, musica, tv show, em varias plataformas. Os interessados (leia-se otários), iriam financiar a empresa e os lucros iam retornando de forma que o acionista (otário) podia acompanhar pelo aplicativo. Os lucros eram diários e só poderiam ser sacados ás terças feiras. Só que aí meu caro, a empresa recém-nascida já tinha seu dia de óbito certo,  com sua cova pronta com lápide e tudo. Era um golpe daqueles bem armado.
O filho de rapariga tinha tudo tão bem arquitetado, que até divulgou entrevista com o suposto CEO da empresa e tudo antes do suposto lançamento oficial. Dá uma sacada:
O tal do "Joshua Moore" (CEO) é um ator contratado que deu a entrevista em inglês pra dar mais credibilidade ao negócio.
Nestes esquemas de pirâmide, normalmente são as mesmas caras, os mesmos caras  de pau, estelionatários de empresas como Bbom, Multiclick e afins, onde quem entra primeiro está no topo da pirâmide que não tarda em desabar. No meu caso, em menos de uma semana, eu já tinha colocado 4 pessoas, cada uma pagando 360 reais. A gente estava todo feliz, pois via no aplicativo, os dólares tilintando e ansiosos pela chegada da terça-feira. Só que no dia em questão, ao abrirmos a página da empresa nos deparamos com isso:
Soubemos na hora que tínhamos levado uma rasteira A partir daí, foi uma sucessão de mentiras, de uma corrida cinematográfica, do interesse repentino do gerente sênior em solucionar o caso e acabou dando em nada. Criaram um grupo para os lesados, mas sabe como é, deu em nada. Se eu tivesse conhecido o site Piramidation.com (que jánão está no ar),  isso não teria acontecido. Vocês conseguem visitar a página deles no Facebook ainda.

A outra foi uma atividade mais normal, porém bem trabalhosa.

Eu estava numa fase pendenga, bem ruim mesmo e tinha de arrumar um jeito de ganhar uns trocados. Me veio a idéia de vender salgados de festa. Como sei fazer e tenho prática, só faltava contabilizar os custos de produção e investimento, que era baixíssimo.
A estrutura era a minha própria cozinha e a mão de obra era minha mesma. Rendia exatos 100% de lucro líquido, um sonho para qualquer investidor. Só que como o produto era barato, isso não significava que eu nadaria em dinheiro.
Eu vendia o produto congelado, o que aumentava o prazo de validade do produto e diminuía o risco de perdas. A entrega era comigo também, assim como a confecção, a compra do material, a divulgação e todo o resto. Isso tudo depois de uma jornada exaustiva de trabalho e considerando que só começava a confeccionar só quando o meu filho, na época um bebê já estivesse dormindo.
Foi um período difícil, ao passar madrugadas confeccionando á mão um por um, assim como lidar com alguns clientes chatos e reclamões que queriam um produto do padrão "Perini" pagando uma merreca. Enrolei tanto salgado, que me dá até um troço encarar aquele salgadinho de festa e lembrar como ele foi feito.
O que ficou claro para mim com todas estas aventuras foi que não existe dinheiro fácil. Qualquer negócio que te ofereça lucros absurdos, que não seja tangível (produtos inexistentes) e que você não esteja suando o mínimo, cabe ao menos duvidar. O que mais vemos hoje são pessoas buscando ser ricas a qualquer preço, esquecendo que sem o mínimo de esforço estão construindo um castelo na areia. E cair é só uma questão de tempo. 






domingo, 16 de setembro de 2018

O que influencia a sua relação com o dinheiro?

É desesperador e ao mesmo tempo satisfatório o fato de somente ter descoberto e atentado para educação financeira na faixa dos 30. Numa idade em que as pessoas estão no meio do caminho da independência financeira e alguns até no seu primeiro milhão, olhar para sua carteira e ver míseros trezentos e poucos me faz sentir um pouco pra baixo. Mas a pontinha de felicidade fica por conta de saber que pelo menos acordei e minha prole não cairá nesta ignorância que amarguei.

Nunca fui bom em juntar dinheiro, aliás nunca tive dinheiro. Mesada era algo que eu nem sonhava e me lembro a frustração que era ver a grande soma de dinheiro que meu pai deixava nos botecos por conta do desenfreado consumo de bebida alcoólica sem que ao menos um real pousasse na minha mão. Talvez esta inaptidão em lidar com o dinheiro tenha as raízes por aí. 


Não tive contato sequer com pouco dinheiro, então quando somas maiores tilintaram na minha conta eu não soube o que fazer. Foram sucessões de escolhas erradas. 


Já no primeiro ano do trabalho, recorri aos empréstimos com um motivo aparentemente justificável e nos anos seguintes eles se sucederam pelos mais diversos motivos. Lembro bem a sensação de empoderamento de se ter uma quantia considerável na conta de uma só vez. Você se sente como se diz por aí, "o rei da cocada preta". 
O contrário também acontece, quando a conta esvazia e ocorre a liquidação da primeira parcela: a de um mendigo que vendeu sua alma por 4 anos. A analogia mais fidedigna é a onda do viciado usando droga e a consequente depressão. Uma depressão por longos 48 meses.

Meu intuito aqui não é o de destilar derrotas ou parecer deprimente, mas confirmar que elas acontecem e as vezes podem parecer mais longas do que gostaríamos, porém elas não definem quem você será no final. Não é a primeira vez que traço planos de independência financeira, mas nunca consegui efetiva-los. Reconheço que alguns eram planos muito bons, mas tinham metas inalcançáveis para a minha realidade. 

Mas qual a diferença agora? Bom, primeiramente entendi que em uma empresa há pensamentos diferentes mas somente um pode ter o poder de decisão. Cada um deve desempenhar o papel que tenha mais afinidade desde que seja positivo para ambos. Minha esposa por exemplo, é muito boa em pechinchar produtos, sabe o preço de tudo, enquanto eu não sei nem o número das minhas cuecas (acredite, ela quem compra, pois não sei o tamanho certo) mas não é tão boa gestora. Concordar com ela em algumas coisas me levou a tomar decisões erradas algumas vezes. 

Não ceder pode ser desgastante, mas quando se tem um bom plano, resolver isso democraticamente não é uma opção. Organizei praticamente as despesas do ano todo e estabeleci pequenas metas alcançáveis, que trarão um pouco de satisfação e darão força para seguir adiante. Algumas destas metas incluem não utilizar o salário dela nas despesas mensais (meta alcançada), aportar 30% de rendas extras, usar no máximo 60% da renda nas despesas fixas, criar um fundo de emergência (em a construção), criar um cartão virtual (depois explico), além da meta de ter 100 mil em 4 anos.

Claro que este caminho não é engessado e algumas mudanças acontecerão porém, as metas não são negociáveis e não cabe um retrocesso.

Muito do meu descontrole financeiro estava ligado a questões sentimentais, comportamentais e até religiosas. Uma vez li no blog do pobretão, um artigo que ele falava sobre o fato de se sentir inferior e pobre mesmo tendo mais de 400 mil na conta e uma renda de 8.500 reais por mês. Curioso não? Dá uma chegada lá e confere esta história.  É exatamente assim que eu me sentia quando tinha de ficar em casa num final de semana mesmo com uma quantia suficiente para um happy weekend na poupança. Qualquer quantia extra (que quase nunca sobrava) me fazia sentir no direito de me recompensar e usufruir deste dinheiro ao invés de poupar e pensar em como mudar este cenário triste. 

Mas talvez o motivo que mais impactou a minha vida financeira, foi a questão religiosa. Fielmente, eu destinava 10% de toda a minha renda bruta a uma instituição religiosa (isso mesmo, bruta!). Independentemente se a conta iria fechar ou não, todo mês antes mesmo de pagar qualquer coisa, já separava este valor. Imagina aí o descontrole que gerava: a quantia que faltava, geralmente era debitada no cartão de credito e assim a bola de neve crescia. Foram anos a fio nesta situação até que graças a Deus fui liberto deste sistema que existe somente para manter carros luxuosos de pastores e seus helicópteros, além de templos inúteis destinados a arrecadar mais dinheiro. Mas são águas passadas e espero ter agora outros referenciais de como lidar com as finanças e alcançar um patamar financeiro que eu julgava ser impossível.
E você, o que influencia a forma como lida com as finanças?



P.S: Quantos ás finanças neste mês de setembro, fiz um aporte fraco de R$ 96,81 só para não perder o costume enquanto ainda estou equilibrando minhas contas. A Selic está em baixa e por incrível que pareça, a poupança está quase pau a pau com o tesouro Selic.




   

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Qual o seu conceito de independência financeira?


Antes de criar este espaço, andei navegando por outros blogs na blogosfera (ainda estou me acostumando com alguns conceitos) e encontrei muita coisa bacana por lá. É praticamente unânime o desejo dos companheiros de chegarem a tão sonhada IF como eles carinhosamente apelidaram a independência financeira. Porém é inevitável não fazer a seguinte pergunta: Quando finalmente eles saberão que chegaram lá? Sim, porque as realidades são bem distintas e as cifras também.
Num canal sobre finanças que acompanho no Youtube por exemplo, uma garota fez um vídeo comemorando a sua chegada na marca de um milhão de reais, depois de uma vida de poupança, investimentos e sacrifícios que lhe garantiram atingir esta marca aos 34 anos de idade. Conversa vai, conversa vem, o vídeo acaba e eu fiquei com aquela sensação de “ela chegou lá... ” Suspirando com a idéia de como seria a minha vida com um milhão também. Mas depois de assistir uma playlist descobri que a saga continua, pois ela disse que a meta é chegar aos 5 MILHÕES!! Como assim? A mulher levou uma pá de tempo para alcançar toda aquela bolada e agora o que ela vai fazer é juntar mais?
Por isso conceito de IF é relativo. As condições, vivências, experiências e expectativas de cada um determinam quando saberá que finalmente chegou lá. O amigo Frugal simples (me permita chama-lo assim) escreveu um artigo sobre felicidade x independência financeira que me fez pensar muito sobre este conceito. Recomendo que leiam o artigo dele aqui.
A garra de algumas pessoas e sua obstinação em seguir firme em suas metas são impressionantes. Muitas delas realmente conseguirão estas marcas, serão milionárias, independentes financeiramente, vivendo de renda como sempre desejaram. Mas por quanto tempo usufruirão deste benefício? A caminhada realmente valeu a pena? Ela aproveitou, viveu cada momento em que aportava, ou se privou na expectativa de fazê-lo 10, 20 anos à frente? Já li sobre pessoas que para acelerar o crescimento patrimonial e chegar ao objetivo mais cedo, poupavam 70, 80 por cento de um salário que lhes fazia falta ou ainda vendiam parte de seu tempo de descanso em outra jornada de trabalho para conseguir mais alguns reais.
A vida não é o futuro, é agora. Se vamos conseguir chegar ao final de tudo isso não sabemos, mas temos de ter certeza de que estamos aproveitando a caminhada. Se alcançarmos, com certeza estaremos muito mais velhos do que agora, com o vigor físico diminuído, a feição mais cansada e sob os efeitos implacáveis de um tempo que age tanto nos juros compostos quanto nas células do nosso corpo.
Cada aporte tem de valer a pena e cada retirada também. “Tudo na vida tem um preço” é o que dizem, mas existem coisas que simplesmente não podem ser compradas, ainda que seja o homem mais rico do planeta.
Equilíbrio é o meio termo disso tudo. Muitas vezes a expectativa é maior do que a realidade e esta não raramente frustrante. Atingir a independência não depende de ter um montante milionário na sua carteira de investimentos, está mais ligado a como você se sente em relação a vida que tem. Talvez uma reflexão sobre o que é este conceito agora, te poupe muito tempo que pode ser perdido lá na frente.

domingo, 2 de setembro de 2018

Primeiro as primeiras coisas


Bom, pra quem não sabe estou começando praticamente do zero. É, do zero mesmo. Talvez isso seja um incentivo para aqueles que estão pensando em mudar de vida também e nunca tenha visto alguém começando sem condições. Ah, e sem conhecimento também. O que sei sobre investimentos aprendi praticamente lendo em blogs e assistindo canais de investimentos o que chega a ser no máximo uma pincelada de conhecimento. Assimilei alguns conceitos básicos como fundo de emergência, investimento de longo e médio prazo e por enquanto estou na primeira fase.
Porém o fato de eu estar começando não significa que eu tenha decidido agora. No post anterior, eu falei sobre a mudança de pensamento e este planejamento fez inclusive que eu conseguisse assumir as contas do lar sem mais precisar da ajuda financeira da minha esposa. Esta era uma meta que com muito planejamento, redução dos custos mensais e adoção de um novo comportamento consumidor, eu consegui alcançar. Agora ela tem disponível 1K para suas despesas pessoais e até o suficiente para guardar também. Quanto a mim, após quitar as despesas sobra até um dinheirinho, rsrs.
E é sobre este dinheirinho que vamos falar. A primeira sobra do mês de Agosto (R$ 288,94) passou a compor a primeira meta que é a criação de um fundo de emergência. Como tenho um emprego estável, 6 meses das minhas despesas são suficientes para este fundo, o que gira em torno de R$14.225,34.
As despesas fixas consideradas no cálculo, representam 57% dos meus vencimentos, que será posto em prática a partir do mês de novembro quando algumas despesas serão quitadas me permitindo aportes mensais de 1K, além de um valor para despesas com lazer da família.
Como preciso juntar este valor aliado com uma liquidez e rentabilidade diária, escolhi o tesouro Selic 2023:
Segundo as minhas projeções, levarei em média 14 meses somente para construir esta reserva e somente a partir daí, começar a diversificar a carteira. Usarei este tempo para aprender sobre investimentos e investir também nos estudos que podem me render uma alavancada patrimonial considerável.
De resto, é só aguardar para fazer novos aportes constantes e aproveitar que o tempo agora está trabalhando a meu favor.






Apresentação

O meu intuito ao criar este blog, é me motivar a continuar firme no meu objetivo de criação de patrimônio, além de aprender sobre este mundo maravilhoso dos juros compostos e afins que possibilitarão a minha tão sonhada independência financeira.


Sou casado, na faixa dos 30 anos, funcionário público concursado e pai. Como a maioria dos brasileiros nunca tive educação financeira em casa. O meu modelo de educação financeira seguiu (infelizmente) os passos do meu velho pai, que apesar de ser um ótimo pai foi um péssimo administrador dos seus recursos, pois estava sempre mergulhado em dívidas, empréstimos e acalentava o sonho de um dia ter uma virada financeira ganhando na mega sena. A minha história se confunde com a dele no momento em que ao prestar e passar neste concurso público, comecei a realizar empréstimos com os mais diferentes motivos e de lá pra cá, são anos numa interminável bola de neve que encheu o bolso de muitas financeiras.


Aprendi que ninguém é culpado por ter nascido onde nasceu, mas que todos podem mudar a realidade e o seu futuro um passo de cada vez. Aprendi também que educação financeira é essencial e que um mindset diferente é capaz de mudar a situação antes mesmo que tenhamos condições materiais de fazê-lo. E foi exatamente o que fiz.
Mudei minha mentalidade no final de 2017 e com muito planejamento estou conseguindo alcançar alguns objetivos modestos, porém alcançáveis. Estabeleci alguns pilares essenciais, dentre eles nunca mais pegar empréstimos (alguns deles já chegaram a incríveis marcas de 70% da minha renda), sempre poupar 30% de toda renda extra, e me questionar sobre a aquisição de qualquer produto. Atualmente possuo alguns passivos que acabam levando uma parte significativa da minha renda: Uma casa onde moro atualmente e que está em fase de acabamento, um carro usado financiado e que atualmente resta uma parcela (ufa!) e uma relação interminável de coisas a serem feitas, aliás esta é uma estratégia que tem funcionado: sempre ter uma relação de tudo o que precisa ser feito e orçado mesmo que não tenha dinheiro para isso, assim quando surgir, poderei alocar corretamente os recursos de acordo com as prioridades.
Agora o porquê do nome: Centavos a tilintar remete a um som emitido quando os ganhos oriundos do trade caiam na conta. Cada centavo de dólar contava e é esta a idéia: Aproveitar cada recurso e chegar ao objetivo galgando metas pequenas e alcançáveis.

Há ainda pormenores sobre minha vida que com o decorrer do tempo dissertarei aqui pra não ficar muito extensa a minha apresentação. Então, let's go!

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